São Paulo, 22 de Novembro de 2022 - Escrito por Micelli Camargo
No artigo da semana, iremos falar sobre o processo de Especificação de Bombas C Centrífugas, mas antes de começarmos, gostaríamos de lhe convidar para participar da nossa Newsletter por email, tendo em vista que nem sempre o Linked In, lhe notifica das nossas postagens, para isso, clique na imagem abaixo:
Uma das principais causas de quebra frequentes de bombas centrífugas é o emprego do tipo e/ou tamanho inadequado para a aplicação, ou seja, usa-se pega-se uma bomba pequena ou grande demais para aplicação ou uma bomba para uma dada aplicação e usa em outro, como por exemplo, usar uma bomba projetada para água de irrigação e usá-la para caldeira de vapor.
Nessas quebras frequentes, normalmente é o selo mecânico que "abre o bico" primeiro.
Daí quando analisamos e chegamos a conclusão de que a bomba está errada, ouvimos a famosa frase: "Sempre foi assim!"
Ai somos obrigados a dizer que sempre esteve errado e por isso quebra sempre, mas não é raro, a empresa manter a mesma bomba depois do parecer.
Mas como podemos evitar essa situação?
Se você está no processo de aquisição do projeto, você pode seguir os seguintes passos:
Verifique se o modelo ofertado é o recomendado para a aplicação. Evite a bomba baratinha. Como no exemplo acima, bomba de água de irrigação é mais simples assim como o seu selo mecânico, já a bomba de caldeira, por trabalhar com água em temperatura maior, requer mais cuidados e consequentemente é mais cara do que a primeira. Acredite, se você fizer isso, vai ter problemas!
Verifique se a bomba está dimensionada corretamente. Para o correto dimensionamento é necessário conhecer a instalação, aplicar a equação da energia, calculando a perda de carga distribuída e localizada de todos os itens existentes nela. Daí sai a altura manométrica da bomba, o HB.
Verifique o NPSH. O NPSHd (disponível) deve ser maior do que o NPSHr (requerido). Se acontecer o contrário, sua bomba irá cavitar e a severidade da cavitação será maior quanto maior for a diferença entre os NPSH's.
Se o sistema já existe, você pode usar também esses passos para verificar se tudo está adequado.
O primeiro item é mais simples de verificar, no entanto, os passos 2 e 3 você precisa conhecer a teoria da Mecânica dos Fluidos que permite tais cálculos.
Os temas que você precisa estudar são:
Propriedades dos fluidos
Estática dos fluidos
Cinemática dos fluidos
Equação da energia
Cálculo de perda de carga
Potência hidráulica, rendimento e potência de eixo
Estudo da cavitação
No nosso canal temos várias aulas sobre esses temas, que você pode pode acessar CLICANDO AQUI.
Os passos envolvidos nesses cálculos são:
Verifique a vazão de projeto, Q.
Cálcule as velocidades médias nas seções de sucção e de recalque.
Identifique a pressão, a velocidade (pode ser diferente da seção) e posição vertical do início e no fim do escoamento. Normalmente são os níveis do reservatórios de sucção e de descarga, ou na ausência desse, do ponto de descarga da tubulação.
Identifique a rugosidade equivalente K que é em função do material da tubulação.
Calcule os números de Reynolds para sucção e recalque (serão diferentes se os diâmetros forem diferentes).
Calcule o Dh/K para sucção e recalque.
Entre no diagrama de Moody e identifique os fatores de perda de carga distribuídas para sucção e recalque.
Cálcule as perdas de cargas na sucção e recalque.
Calcule a altura manométrica da bomba HB, aplicando a equação da energia, que se resume a HB = H2 - H1 + Perdas de carga
Calcule o NPSH disponível, onde NPSHd = [(P1 - Pv)/gama] - hsuc - Perdas na sucção - CS
Calcule a potência hidráulica PH, onde PH = ro x g x Q x HB = gama x Q x HB
Escolha a bomba que atenda a sua necessidade de HB x Q. Normalmente é feito pelo fabricante ou distribuidor.
Calcule a potência de eixo com base no rendimento da bomba. Normalmente o fabricante informa também. Onde Pe = PH / rendimento
Verifique se o NPSH disponível é maior que o NPSH requerido da bomba. Se não for, mudanças devem ser feitas, ou troca-se a bomba ou muda-se algum parâmetro da instalação como posição vertical da bomba em relação ao nível do reservatório, diâmetro da tubulação. Esse passo não é verificado pelo fabricante ou distribuidor.
Numa primeira vista pode parecer complicado, mas não é não.
De qualquer forma, entendendo que muita gente pode ter dificuldades no processo é que decidimos criar o treinamento Especificação de Bombas Centrífugas.
Nele, apresentamos passo a passo todo o processo, o que fará você ganhar tempo.
Além de fornecermos a planilha de cálculo para tornar ainda mais rápido as suas contas.
Se for o seu caso, lhe convidadmos a participar da próxima turma que acontecerá de 05 a 08 de dezembro.
Saiba mais, clicando na imagem abaixo:
Caso tenha alguma dúvida, fique a vontada para entrar em contato via Whats 11 95696 7808.
Um abraço e até a próxima.
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